quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vamos cortar o cabelo?

   Quando meu afilhado era bem pequenininho, se alguém dissesse que precisava cortar a unha ou o cabelo, ele achava que iria machucar. Com a Violeta noto o mesmo problema. Sempre quando falo que tem que cortar, começa o chororô porque vai doer. Já tentei explicar que não dói, mas não adianta é um drama só. Ela nunca se cortou, mas já viu eu me cortar com a faca quando estava cortando legumes, já deve ter visto o pai dela se cortar também em uma circustância similar, mas ela em si nunca (ainda bem) se cortou e pelo jeito nem pretende.
   Dá última vez que fui cortar a franja dela cheguei a conclusão que não iria mais usar o verbo "cortar", decidi que o mais adequado era dizer "aparar". Pensei que essa adequação no meu vocabulário iria me ajudar. Não adiantou nada! Cheguei para minha fofa e disse "Violeta, vamos aparar a franja?!", ela me respondeu "huuuummmmm....não!". Eu não querendo traumatizar a pessoa deixei passar, passou mais um tempo tentei de novo e a resposta "huuuuuuummmmmmm.....não!"Passamos uma semana assim, eu tentando convencer ela que cortar a franja era uma boa coisa, e a franja crescendo cada vez mais e entrando nos olhinhos e nada da picurrucha concordar.
   Depois de uma semana decidi que não era mais viável eu não conseguir fazer uma criança de dois anos cortar a franjinha. Abandonei as teorias de que ela precisava estar plenamente de acordo com que iríamos fazer e apelei para uma negociação "monetária" e propus: "Violeta se tu deixar eu aparar tua franja te dou um pirulito",  e ela me respondeu "Um piruíto?", eu disse "sim, um pirulito". Ela pensou um pouquinho e me disse "da piruíto e Violeta deixa apaaa fanja".  Putz, foi o que pensei, ela percebeu que eu estava tentando negociar e se mostrou uma boa negociante. Insisti "Violeta deixa mamãe aparar tua franja e te dou um pirulito", e ela respondeu irredutível "Nanana, dá piruíto e deixa apaa fanja". Eu que até posso parecer meio burra ao entrar em uma negociação com uma pessoa tatibitati que ainda não atingiu um metro de altura, mas não sou completamente idiota percebi que ela estava tentando em enrolar  respondi "Não Violeta. Primeiro a franja e depois o pirulito."e assim nós ficamos quase uma hora. Já estava louca pra dizer "Vem aqui cortar a porra da franja", mas não ficava bem e nem eu teria coragem de falar assim com a minha picurrucha amada.
    Então, abandonei as teorias de que ela precisava concordar, desisti de tentar comprar ela, abandonei os escrúpulos e assumi minha postura ditatorial, e disse "Violeta! Tu vai aparar a franja com má vontade ou com boa vontade?" ela disse que não ia aparar a franja. Pedi auxílio a um adulto habilitado, no caso minha mãe, que segurou a fofura furiosa e cortei a franja bem curtinha para não ter que me preocupar com isso tão cedo. Quando minha mãe soltou ela, que estava aos berros, veio indignada de dedo em risti e me disse "E agoia meu piruíto, agoia!". Compramos o pirulito e ficou tudo bem, simples assim.
   Depois conversando com outras mães descobri que é assim mesmo, a maioria das crianças não quer nem ouvir falar em cortar cabelo ou unha. Agora para cortar unha dou praticamente um wazari na Violeta e corto as unhas, ela dá uma chorada, mas logo passa e cheguei a conclusão que há coisas na vida que precisam ser feitas quer a fofura queira ou não. Acho que isso é um princípio de adequação social. Na vida é assim temos que seguir regras e tem horas que precisamos fazer coisas que não queremos, mas temos, simples assim.

 O beiço da figura!

 Minha auxiliar de cozinha

Muito saudável

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